MEUS ENCONTROS COM ALGUNS PROFISSIONAIS
QUE A VIDA ME PRESENTEOU


Quem me conhece sabe da admiração que sempre tive pelo Boni, o Todo Poderoso da Rede Globo, o profissional que ajudou a montar a 4ª melhor Televisão do mundo.

1º Encontro

Durante uma reunião de pauta da turma OD 411/1998 de jornalismo da FIAM, rolou uma conversa sobre a dificuldade que certo grupo estava tendo para achar convidados para participar do Programa Opinião FIAM, que tinha como objetivo trazer personalidades para um programa ao vivo de 10 minutos e mais 1 hora de conversa com os demais alunos da turma.
Eu como sempre muito otimista falava que poderíamos trazer para o programa qualquer pessoa para participar, conversa vai conversa vem, e num determinado momento depois de muita dificuldade do grupo, eu disse que entrevistaria qualquer pessoa e fui mais longe, disse poderiam dizer o nome que iria entrevistar.

Um engraçadinho (não lembro o nome) resolveu me desafiar e disse, então se você gosta tanto assim do Boni entrevista ele.
Fodeu, dancei. Mas….

Olhei para ele, para a turma, pensei e falei, esta bom, aceito o desafio, vou entrevistar o Boni.
Acabou a aula e indo para casa fiquei pensando como iria conseguir chegar perto e entrevistar o Boni, o cara não da entrevista, é o Todo Poderoso da Rede Globo e mora no Rio de Janeiro, estuo fodido.
Comecei contar essa história para todo mundo e de repente uma aluna da outra turma, a Cida (já uma senhora) quando ouviu essa conversa falou, posso te ajudar e disse. Faço terapia com a mãe do Boni posso conversar com ela e depois eu te falo.
No outro dia ela me procurou e disse. – Olha, eu falei com a dona Kina de Oliveira e ela disse que na semana que vem vai lançar o livro dela na Bienal do Livro em São Paulo e o Boni estará presente, mas ela pediu para não falar para ninguém porque o Boni não quer falar com a imprensa.
Ótimo, e convidei a Cida e a sobrinha dela Tatiana que era minha aluna do 3º ano de jornalismo da noite para ir junto comigo, assim eu fazia uma média com a Cida e com a Tatiana. Fechado

No dia marcado fomos, eu, Cida, Tatiana e Rogério Gama (cinegrafista da FIAM, hoje um ótimo radialista) para a Bienal do Livro. Chegamos no estande onde estava a Dona Kina e a Cida me apresentou.
A Dona Kina de Oliveira tinha a aparência de uma vozinha muito simpática, me cumprimentou com entusiasmo, disse que a Cida gostava muito de mim, e me presenteou com um livro autografado (Eros) disse que assim que o filho chegasse me apresentaria, mas me pediu um favor. E disse, já que você está por aqui, você não pode entrevistar essas pessoas que estão aqui na fila para autografo.
Como dizer não para a mãe do Boni. kkk

Primeira lição para a Cida e a Tatiana.
Eu não tinha a mínima ideia sobre o que era o livro dela e muito menos conhecia as pessoas da fila. Mas lá vou eu brincar de repórter, afinal teria uma missão quase impossível, entrevistar o Boni.
Dei uma sorte danada, o primeiro da fila era o Dante Amaral, ex jogador de vôlei da seleção Brasileira. Quando falei o nome da Dona Kina ele começou a desembestar a falar, que ela tratava dele desde pequeno e me contou quase tudo sobre o livro.
Como disse, essa foi a primeira lição para a Cida e a Tatiana, pois a partir dessa sonora todas as outras ficaram mais fácil. Entrevistei umas 10 pessoas, incluísse o best-seller Lair Ribeiro, que era a bola da vez com seus livros de autoajuda.

Em fim chega o Boni com a sua adorável esposa Lou, fiquei no meu cantinho e la vem a dona Kina com o Boni em minha direção. Mais uma vez ela foi um amor, me apresentou para o filho como se me conhecesse a anos, disse que eu era adorável que tinha entrevistado todos os amigos dela da fila e que eu era professor universitário.

Nem preciso dizer como ficou o meu Ego. Nervoso, não, pelo contrario estava tranquilo.

Então pego o microfone e pergunto se ele poderia falar comigo, ele diz que não porque não sabe falar para a televisão e muito fica nervoso. Ai foi a deixa.
Eu disse como assim o senhor montou a televisão brasileira ajudou a formar os melhores profissionais das artes e do jornalismo e diz que está nervoso.
Nervoso quem tem que ficar sou eu, ele sorriu e falou então vamos la. Foi uma conversa de uns 10 minutos falamos sobre a mãe dele, sobre televisão, jornalismo, Silvio Santos e principalmente sobre a saída dele da Globo.
Quando acabou a entrevista, ele se despediu e disse que não ficou tão nervoso, mas que em compensação iria ficar uns meses em Veneza de férias com Lou. Eu falei, então tá e fomos embora.

No outro dia estou pronto para enfrentar a turma que me desafiou, chego cedo na Faculdade e vou ver o material bruto junto com turma.
Segunda lição:
Todas as entrevistas que fiz na fila estavam perfeitas áudio e vídeo em ótima qualidade.
Vou a para a entrevista do Boni…. sem áudio.
Os 10 minutos de entrevista ficaram sem áudio. Apesar de não estar nervoso, com certeza eu mexi no botão que desliga o áudio do microfone e não saiu um único som.
Essa história foi motivo de muitas horas de aula para as outras turmas.
E claro pedi para a técnica da FIAM, travar em todos os microfones o botão de liga e desliga.

2º Encontro

Alguns meses depois estou no MaxiMídia, evento organizado pela Revista Meio e Mensagem que era realizado na época no Word Trade Center em São Paulo, quando estou retirando minha credencial o atendente me entrega e falo para ele, essa credencial não é minha. (estava escrito Boni – Jose Bonifácio de Oliveira Sobrinho), o rapaz meio sem jeito fica olhando para mim, quando de repente alguém bate nas minhas costas e diz é minha.

Ai ele olha para mim e diz, você outra vez.
Eu passo a credencial para ele pego a minha e saímos da fila, eu pergunto se ele veio dar uma palestra e diz que sim, e a proveito para convida-lo para ir falar na FIAM, ele gentilmente agradece e diz que ainda esta de quarentena na Rede Globo e tem parado pouco no Rio o no Brasil.
Então por surpresa tira uma cartão do bolso escreve um telefone atrás e diz me liga, se eu tiver agenda vai ser um prazer.
Ele segue para o auditório e fico ali parado por alguns instantes.

3º Encontro

No ano de 2000 estava indo para casa depois de dar aula na FIAM, por volta das 22h30 quando escuto na Radio CBN que o Boni está em noite de autografo do seu livro 50/50 – 50 anos de TV no Brasil no Jockey Clube de São Paulo.
Outra vez por coincidência estava na FIAM que é do lado do Jockey. Corri para la e parei meu carro na rua e fui direto para as escadaria do Jockey, assim que cheguei na porta uma elegante recepcionista me deu um livro e me apontou para o salão.
Já era tarde da noite e não tinha mais ninguém no salão, dei uma olhada para um lado e para o outro e vi uma mesa onde estava o Boni e Benedito Rui Barbosa, somente eles.
Cheguei perto com o livro na mão e novamente o Boni disse, você outra vez.
Eu falei, pois é, entreguei o livro para ele e dessa vez eu dei meu cartão para ele.
A sala esta um pouco escura e ele se esforçou para ler o cartão e disse, Delci Lima, consultou de comunicação o que é isso.
Eu falei, não tenho a mínima ideia, achei o nome legal e coloquei no cartão.
Ele olhou novamente para mim e disse você conhece o Benedito.
Como eu não sou bobo e nada disse, sim.
Olhei para o Benedito e disse. Eu fiz faculdade com o seu filho o Marcelo, ai ele olhou pra mim e disse mais o Marcelo é vagabundo ele não se formou. Eu falei, eu sei, na verdade agente saia da aula para jogar futebol, mas eu me formei.
Então o Boni falou, puxa a cadeira e se senta aqui, estamos esperando para ir embora. Sentei e o Benedito ficou falando do Marcelo, o Boni disse alguma coisa e alguns minutos depois chegaram algumas pessoas, o Boni levantou para cumprimentá-los, eu me despedi do Benedito Rui Barbosa e do Boni. Ele me entregou o livro e fui embora.
Nesta noite fiquei nervoso e emocionado, não consegui nem abrir o livro.

No outro dia lia a dedicatória:
Alô Delci, carinho e admiração do amigo – Boni
Meu Ego novamente bateu no teto

A pesar de nunca ter trabalhado diretamente no jornalismo, sempre gostei e gosto de fazer entrevistas. (acho que é porque falo muito, mas adoro escutar também)
Desde sempre fui e continuo fã do Silvio Santos, seja pelas loucuras ou acerto que ele fez e faz com a sua emissora.
Então num determinado momento decidir entrevistar o Silvio Santos, é claro que é uma tarefa impossível, ele não da entrevista, fica na dele.
Mas como sou medito a besta, fui tentar.

Fiquei aproximadamente uns 3 meses negociando a entrevista com o Arlindo Silva, que era Diretor de Departamento e amigo do Silvio Santos.
E depois de muitos telefonemas o Arlindo Silva me liga e diz, vem aqui na Vila Guilherme as 16h00 que o Silvio vai te atender.
A desculpa da entrevista era para um trabalho da Faculdade, eu estava no último ano de Jornalismo e tinha inventado um programa para meu grupo chamado Nos Bastidores da TV.

Então retiro uma câmera Panasonic camcorder na FIAM e junto com a Cristiane Lopes, amiga do meu grupo, vamos para o SBT ou TVS, como também era chamada na época.
Depois de alguns minutos de chá de cadeira vem o próprio Arlindo Silva pedindo todas as desculpas do mundo dizendo que o Silvio Santos não iria nos atender por que teve que fazer uma viagem de última hora.

Detalhe 1:
Ele nos disse o motivo da viagem de última hora, mas isso é outra história que vocês vão saber mais à frente. Continua lendo, senão, não vai saber….. kkk

Já que estávamos no SBT eu pedi para o Arlindo Silva deixar a gente conhecer a redação do Jornal do SBT que tinha acabado de estrear e estava fazendo um sucesso danado com o Boris Casoy.
Ele prontamente nos atendeu e fez questão de nos levar na redação e nos apresentar para os diretores de jornalismo, Marcos Wilson, Luiz Fernando Emediato, Dácio Nitrini e o próprio Boris Casoy e disse inda, que eu tinha toda a liberdade gravar tudo que achasse necessário para o meu programa Nos Bastidores da TV.

Foi neste momento que conheci o Boris Casoy, sempre muito educado e prestativo, pedi para ele gravar no cenário do TJ Brasil a chamada do Programa Nos Bastidores da TV o que ele fez com maestria e supervisão do fiel Dácio Nitrini que ficou o tempo todo ao lado do Boris e de olho em nós.
Passamos a tarde inteira no SBT e assistimos do estúdio ao vivo a transmissão do telejornal e eu com a minha câmera registrando tudo.
Ao final do Jornal o Dácio Nitrini nos convidou para irmos à redação onde todos iriam discutir o Jornal e assistir a abertura do Jornal Nacional que começaria em seguida.

Estou na redação gravando tudo, e num determinado momento quando começa o Jornal Nacional e o Cid Moreira e o Sergio Chapelin começam a fazer a escalada.
Vejo o Luiz Fernando Emediato sair da sala dele aos berros e xingando todo mundo com todos os palavrões permitidos e não permitidos.
Eu não paro de gravar e registro tudo.
Em determinado momento quando percebo que a bomba vai estoura eu desligo minha câmera e junto com a Cristiane saímos de mansinho e vamos embora.

Detalhe:
Lembra quando eu disse que depois contava o motivo pelo qual o Silvio Santos não nos atendeu, agora vocês vão saber.
Bom o que estava acontecendo na escalado do Jornal Nacional para deixar o Emediato puto da vida.
Simplesmente era o fato do Silvio Santos ter ido para Brasília anunciar a sua candidatura a Presidente do Brasil e a Direção do principal jornal do SBT, que era da emissora dele, não saber de nada e o Jornal Nacional dar a notícia como exclusiva.
Eu era aluno do 4º ano de Jornalismo e alguns anos depois como professor passei a contar essa história para os meus alunos e dizer que noticia é sempre notícia, mas naquele momento, aquela informação que o Arlindo Silva me passou as 17h00 eu não tinha a mínima noção que fosse notícia.
Na verdade eu estava puto por não entrevistar o Silvio Santos.
O Alindo Silva conta essa história no livro “ A fantástica Historia de Silvio Santos “

BOM, FOI ASSIM QUE NÃO TIVE MEU ENCONTRO COM O SILVIO SANTOS
(Quem sabe teria votado nele para Presidente)