nosssa mãe

Elizia Lima

Dona Lizinha

Minha mãe dedicou a vida inteira à família, morou mais de 40 anos no Riacho da Onça, onde viveu com os pais, os irmãos e teve todos os oitos filhos. Em São Paulo continuou a dedicação de sempre, vida dura na Bahia e mais dura ainda no início em São Paulo. Amou a todos os filhos como se fossem únicos, poderia escrever muitas histórias sobre minha mãe, histórias minhas, dos meus irmãos, dos netos e dos bisnetos. Nossa mãe foi maravilhosa, foi o nosso horizonte, foi o guia de todos nós.

Nossa Mãe foi única.
Foi a mãe que todos amamos.

Sempre viveu cercada de carinho pelos filhos, netos e bisnetos e amigos e partiu aos 94 anos em paz.

Elizia Lima

Riacho da Onça – Bahia

10.10.1919 / + 12.05.2014 – Em São Paulo

Nossa Mãe filha do Riacho da Onça, terra da saudade, terra dos seus pais e de seus 11 irmãos.
Nossa Mãe, mulher de André, mãe de seis meninos e duas meninas, Altamiro, Patrício, Joãozinho, Pina, Lourdinha, Leda, Zé e Delço.

Nossa Mãe, que nos criou, nos educou, nos amou e nos encantou. Nossa Mãe que um dia chorou por nosso pai e nossos irmãos que Deus levou.
Nossa Mãe, que nos fez feliz, nos guiou, nos protegeu, nos deu segurança. Nossa Mãe, pura alegria, forte, amiga, companheira,uma mãe inteira.
Nossa Mãe, que a todos um dia amou. Nossa mãe, que todos amamos.

Nosso pai

Andre Patricio dos Santos

Numa festa na Vaz Redonda, próximo ao Rancho Zé da Costa, no município de Gonçalo, sertão da Bahia lá pelos anos de 1935 meu pai, André Patrício dos Santos conheceu minha mãe, Elizia Lima, ela menina, não mais que 15 anos se apaixona e um ano depois se casa em Jacobina. Meu pai era filho de João Patrício dos Santos e Tiófila Maria de Jesus, tinha uns 10 anos a mais do que minha mãe, ele era um daqueles homem matuto, homem da roça, que gostava e vivia da pesca e da caça, nasceu e passou sua infância no Rancho Zé da Costa, cercado de mais 5 irmãos sendo 3 mulheres e 2 homens. Gostava de festas e passear pelas cidades das regiões e foi numa delas na Vaz Redonda que começou a construir uma vida com minha mãe. 

Um ano depois deste encontro, no dia 29 de janeiro de 1937 nasceu meu primeiro irmão, Altamiro Patrício. Como minha mãe era do Riacho da Onça, um lugarejo distante aproximadamente 100 km do Zé da Costa, resolveram 9 meses depois do nascimento do Altamiro ir morar no Riacho para ficar próximo aos meus avôs maternos, Joana Maria de Jesus e Ermilio Lima e seus muitos outros irmãos, ao todo minha mãe teve 14 irmãos.
No Riacho ela manteve a tradição e teve mais 7 filhos, Patrício, Joãozinho, Pina, Lourdinha, Leda, Zé e eu. Enquanto minha mãe cuidava dos filhos, meu pai vivia a pescar, a caçar e trabalhar na roça e no trato do Sisal para dar sustento a família.

Meu pai sempre saia a procura de trabalho. Em 1953 andou por São Paulo pela primeira vez onde foi trabalhar na região de Marília e Bauru, interior de São Paulo, ficou aproximadamente 2 anos e voltou para o Riacho. Mas decide novamente retornar a São Paulo dessa vez vai morar no Parque Novo Mundo juntamente com seu irmão Domingos, trabalha durante alguns meses no Hospital Darci Vargas no Morumbi, mas no início de 1961 ele volta em definitivo para o Riacho da Onça.
No dia 30 agosto de 1962 eu nasci, e logo em seguida ele adoece e por recomendação de um sargento da polícia, sr. Valdemar, meu pai vai se tratar em Queimadas e fica por lá com minha mãe hospedado no Quartel da Polícia, um período depois retorna para o Riacho, 8 meses depois que nasci, ele morre quando tem sua úlcera estourada.

Com a morte do meu pai, minha mãe passa a cuidar sozinha dos filhos, alguns, porém já não moravam mais no Riacho da Onça, foram em busca do futuro em São Paulo.

André Patrício dos Santos
Jacobina – Bahia
30.09.1914 – Riacho da Onça
+ 08.04.1963 – Queimadas