MEU ENCONTRO
Carlos Alberto de Nobrega
Conheci o Marcelo Nóbrega na Faculdade FIAM, estudamos o 1º ano na mesma sala e nos tornamos amigos, estávamos sempre juntos e éramos do mesmo grupo, uma vez fui com ele fazer um trabalho na Pinacoteca e ele nunca tinha andado de ónibus nem de Metro, depois entendi o porquê.
Eu não tinha a mínima noção de quem ele era filho.
Um dia ele disse que iria trancar a matrícula porque iria morar no Rio de Janeiro, perguntei o que aconteceu e falou que o pai era Diretor na Rede Globo, eu disse como assim, quem é o seu pai?
Meu pai é o diretor dos Trapalhões, eu disse, mas o Diretor é o Carlos Alberto de Nobrega.
Pois é, era o pai dele. E assim nos despedimos.
Uns anos depois ele foi na FIAM me procurar, falou que estava voltando para São Paulo porque seu pai tinha assinado com a TV Bandeirantes e iria gravar naquele dia o primeiro programa “Praça Brasil” e me convidou para ir junto com ele.
Fui ao carro dele para TV Bandeirantes, fomos direto para o estúdio onde apresentou rapidamente para o Carlos Alberto e fiquei sentado na plateia assistindo a gravação.
Neste momento aconteceu uma situação engraçada, (novamente naquela situação de universitário metido a besta) assim que acabou uma cena eu estava sentado atras do Diretor do Programa, encostei no ombro dele e disse, olha a Consuelo Leandro estava fazendo caras e bocas e lá no fundo está um pouco escuro, e vi pelo retorno que não foi gravado.
O diretor olhou para minha cara, virou para frente e gritou; iluminador por favor dar mais luz no fundo do cenário, Carlos Alberto vamos gravar outras vez, preciso de uns inserts da Consuelo fazendo as caras e bocas.
Atenção gravando….
Ele olha para mim e não disse nada. (Eu com aquela cara de …. puta que pariu, medo e euforia.)
Fiquei até o final da gravação e o Diretor me viu várias vezes e não falou comigo e nem me cumprimentou.
Me despedi do Marcelo e peguei um ônibus para a minha casa no Monte Kemel que fica uns 8 quilômetros da Band.
Bom, o Diretor era nada menos que o Augusto César Vannucci, ex-diretor dos famosos musicais da Rede Globo e dos 19 programa de Natal do Roberto Carlos.
Bom, mas a história é com o Carlos Alberto de Nobrega.
Fui conhecê-lo melhor depois que ele cancelou o contrato com a Bandeirantes e foi trabalhar no SBT com o Silvio Santos.
Estive várias vezes a convite do Marcelo, assistindo as gravações da Praça é Nossa no Teatro Silvio Santos, na Av. Ataliba Leonel, ia e voltava de busão, longe pra casete da minha casa.
Em novembro de 1989 resolvi entrevistá-lo e junto com a minha querida amiga e parceira de jornalismo Cristiane Lopes, ele nos atendeu, a entrevista era para o Jornal Monday que eu fazia e foi realizada nos estúdios da Vila Guilherme, ainda não existia o complexo da Anhanguera.
O encontro foi muito legal, sempre muito simpático e atencioso, falamos do Marcelo, nos contou e confirmou muitas histórias que o Marcelo havia me contado na época da FIAM, com a briga com o Silvio Santos, o Bau da Felicidade, a Rede Globo, o legado que seu pai Manoel da Nobrega deixou para a televisão, o nervosismo que era gravar a Praça, nos disse que transpirava tanto que era preciso colocar absorventes embaixo dos braços.
Falou como convenceu o Jô Soares a sair da Globo e ir para o SBT, afinal ele era o Diretor Artísticos do SBT e junto com Luciano Calegari, Riki Medeiros e o Guilherme Stoliar tinha o sonho de torna o SBT na segunda maior emissora do País.
Acompanhei de perto essa evolução e fiquei muito feliz deste encontro com o Homem da Praça.
Nunca mais encontrei com o Marcelo Nóbrega.